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entrevista com - Vera Carvalho

Entrevistamos a autora Vera Carvalho, vencedora do Prêmio Ecos da Literatura 2019 com a Obra Topázio Azul, e criadora da Série Policial Detetive Alyrio Cobra. Confira!


Autora Vera Carvalho

1. Quando você começou a escrever? E qual foi o primeiro livro que você escreveu?


R: Comecei a escrever faz tempo! Entrei nos meios literários pouco antes dos anos 2000. Comecei escrevendo contos. Alguns foram premiados em concursos e foram publicados em antologias, inclusive faço parte da antologia Geração SubZero (Organização Felipe Pena, Grupo Editorial Record, 2012). Até que resolvi me aventurar pelo romance e acabei me fixando no gênero policial.


2. Como surgiu a ideia de criar a Série Policial Detetive Alyrio Cobra?


R: Quando pequena, tenho lembrança de ter lido vários livros. Mas tomei gosto pela leitura quando comecei a ler Sherlock Holmes e Agatha Christie. Apaixonei-me pela fórmula mágica que acompanha a pergunta “quem matou?” e a habilidade dos escritores para levar o leitor até o final, aflito pela resposta. Depois de muita leitura e muitos outros autores, aventurei em criar meu detetive. Já escrevi outros gêneros, mas gosto dos romances policiais por terem uma forma e uma estrutura bem definida: crime, investigação e solução. O que é um desafio interessante de enfrentar. Quando o leitor lê um romance policial ele tem certas expectativas. Quando se depara com o assassinato (ou contravenção), o leitor espera que o escritor aja como um ilusionista e vá levando a história, mostrando algumas pistas e fazendo-o acreditar que vai descobrir quem matou, antes mesmo do detetive realizar a descoberta! É este jogo que o escritor tem de criar com o leitor, dando certas dicas e ainda no final ter de surpreendê-lo. É um jogo bem desafiador. A partir daí, criei meu detetive: Alyrio Cobra.


3. Como é o processo de escrita de um romance policial?

R: Cada autor tem sua maneira de escrever. No meu caso, quando começo um romance policial, faço um esquema da história, encadeio as cenas principais montando uma estrutura. O autor precisa saber quem matou, quem cometeu o delito para depois ir trabalhando a história, ir ludibriando o leitor até o final.


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4. Qual foi o livro mais difícil de escrever? Como você supera o bloqueio criativo?


R: Escrever um livro não é fácil. Tentar manter o leitor interessado na história é sempre uma tarefa difícil. Não sei dizer qual dos meus livros foi o mais difícil de escrever. Todos eles têm seu grau de dificuldade.


Quanto a superar o bloqueio criativo, confesso que há dias em que a história não flui, não consigo levar para a frente, mesmo com a estrutura montada. É nesses dias que eu releio capítulos anteriores, ou mesmo leio outros livros. Então, aos poucos, a inspiração e as ideias vão surgindo.

5. Quem são seus escritores favoritos?


R: Quando comecei a escrever, ainda no final dos anos 90, um dos gêneros que eu adorava era o Realismo Mágico (Fantástico - Escola literária que surgiu no século XX e busca inserir o sobrenatural como elemento corriqueiro) da América Latina. Li e reli Cem Anos de Solidão (Gabriel Garcia Marquez, Grupo Editorial Record, 1977) nem sei quantas vezes. O Amor Nos Tempos de Cólera (Gabriel Garcia Marquez, Grupo Editorial Record, 1986) é a melhor história de amor que conheço. Gabriel Garcia Marques é genial! Fiz um trabalho de final de curso sobre Conversa na Catedral, de Mario Vargas Llosa (Editora Alfaguara, 2013). Também li Clarisse Lispector. Há dois anos, por influência da FLIP, reli Ilda Hilst. Bom demais! Gosto muito da Lígia Fagundes Telles. Enfim... Acredito que é bom reler obras importantes, pois amadurecemos e temos novas percepções.


Atualmente, os livros que mais leio são os policiais, ainda releio Sherlock Holmes e Agatha Christie. Gosto muito do Dennis Lehane, do Jo Nesbo com o detetive Harry Hole, Andrea Camilleri com o comissário Salvo Montalbano, e Manuel Vasquez Montalbán com Pepe Carvalho, entre tantos outros.


"Escrever, reescrever, ter paciência, deixar o trabalho um tempo parado, retomar e reescrever. Até alcançar o ideal!"

6. Qual é sua fonte de inspiração?


R: Sempre começo minhas histórias policias com alguma notícia (em geral assassinato) que está na mídia. Apesar das tantas tragédias diárias que acontecem, há casos que captam a nossa atenção. Partindo de um desses fatos, a história vai fluindo sem ter nada a ver com a realidade. No entanto, acredito que inconscientemente um escritor absorve tudo que está ao seu redor e tira ideias da vida real. A criação do detetive Alyrio Cobra teve muita influência de outros escritores do mesmo gênero. Além de Sherlock Holmes e Maigret do Simenon, influenciaram a criação de Alyrio, o escritor Andrea Camilleri com o comissário Salvo Montalbano, e Manuel Vasquez Montalbán com Pepe Carvalho, os dois detetives com suas refeições fantásticas. Nos livros de Alyrio também tem sempre refeições especiais preparadas por George, seu melhor amigo e vizinho de escritório.

7. Descreva seus sentimentos ao vencer o Prêmio Ecos da Literatura 2019.


R: O Prêmio Ecos de Literatura 2019 foi uma experiência fantástica! Quando ele foi anunciado eu não pensei em concorrer. Era um prêmio que dependia de votação e eu não sou boa em pedir votos. Como gosto muito do organizador do prêmio, o Welington Budin, e ele me aconselhou a concorrer, eu decidi participar. Confesso que fiz pouca propaganda e deixei as coisas acontecerem. Quando recebi a notícia de que eu era finalista, fiquei animadíssima. Não havia imaginado chegar até aí. A entrega do prêmio foi no teatro da Unibes Cultural, devido a quantidade de pessoas na cerimônia de premiação. Fui para o evento com o “coração na mão”! Desde a chegada, foram muitas as surpresas. Tinha até tapete vermelho! Os organizadores estavam todos de terno, as mulheres de vestido longo, o auditório lotadíssimo. E meu coração aos pulos.


Melhor E-book 2019, Topázio Azul, de Vera Carvalho.

Quando anunciaram o melhor e-book, Topázio Azul, fiquei muito emocionada! Tive de segurar as lágrimas! Com o troféus em mãos, diante do teatro lotado, querendo abraçar todos que haviam escolhido meu livro, foi difícil controlar a emoção e agradecer. Foi uma experiência maravilhosa!



Vera Carvalho - vencedora do Prêmio Ecos Literatura 2019, na Categoria Melhor E-book, com a Obra Topázio Azul.

8. Conte-nos sobre o livro “Topázio Azul”.


R: Topázio Azul é um conto que escrevi para uma antologia. Ele não foi aceito porque a antologia queria contos com detetives e este conto não tem um detetive. É um thriller com muito suspense. Gosto muito de escrever histórias passadas na cidade de São Paulo. Considero a cidade propícia para o “noir”. Em Topázio Azul quis mostrar que o “noir” pode acontecer independente da “escuridão” local. O conto se passa à beira da represa Guarapiranga. Um local paradisíaco que abriga acontecimentos estranhos.


Bem, quando Topázio Azul não foi aceito na antologia, resolvi publicá-lo como e-book na Amazon. Ele teve muitos comentários favoráveis. Então eu o inscrevi no Prêmio Aberst, e tornou-se Obra Indicada ao Prêmio ABERST 2019, na categoria Conto Policial.


No Prêmio Ecos da Literatura 2019, foi vencedora na Categoria E-book. Esta foi uma categoria que teve o maior número de inscritos. Como já disse, foi uma surpresa muito feliz ver o número de pessoas que votaram nele para que fosse o vencedor.

9. Quais são os seus conselhos para quem está escrevendo o primeiro livro?


R: Escrever não é fácil! Hoje existem muitos cursos de escrita. Quem pode fazer um bom curso, acho que ajuda muito. Existem livros que nos dão boa base para a escrita. E a palavra é “resiliência”. Escrever, reescrever, ter paciência, deixar o trabalho um tempo parado, retomar e reescrever. Até alcançar o ideal!

10. Uma mensagem para seus leitores…

R: Todo escritor quer ser lido. É muito bom ter leitores, ter leitores que dão um retorno depois da leitura. Só tenho a agradecer aos meus. E pedir que continuem seguindo o meu trabalho.

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